Melhoramento genético de bactérias
para a produção de solventes verdes
A produção de solventes, em especial o butanol, pode ser realizada através de um processo fermentativo denominado de fermentação acetono-butanólica-etanólica, ou simplesmente fermentação ABE, pois além do butanol são produzidos, em menores quantidades, acetona e etanol. No entanto, embora a fermentação ABE seja um processo bastante conhecido, a produção destes solventes em larga escala permanecem ainda em níveis sub-ótimos, já que os microrganismos fermentadores apresentam uma série de obstáculos para executarem o processo sob produtividades elevadas.
O Clostridium tem sido uma plataforma de aprendizagem muito importante para o grupo, que trabalha com esse gênero desde de 2011. Contudo, planeja-se expandir esses conhecimentos para outras plataformas microbianas, como outros gêneros bacterianos e leveduras com o intuito de contornar as dificuldades de se trabalhar com sistemas anaeróbicos em ambientes industriais.
Assim, a equipe Beta 1-4, em parceria com o Laboratório de Biologia molecular da Universidade de Brasília (UNB), o Instituto SENAI de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa) e com apoio financeiro da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), partiu numa jornada desafiadora para desenvolver e implementar ferramenta genéticas para a melhoria de microrganismos para a produção de solventes verdes com objetivo de atender às necessidades de setores da agroindústria, em especial o sucroalcooleiro, por inovação.
A iniciativa tem grande potencial, pois o grupo ora formato, e liderado pela empresa Beta 1-4, é pioneiro na temática genética aplicada a produção de solventes verdes (em especial o butanol), e o sucesso deste desafio irá elevar o Brasil à condição de vanguardista em tecnologias para a conversão de biomassas em produtos de elevado interesse industrial.
Objetivos
- Desenvolver ferramentas genéticas para manipulação de bactérias do gênero Clostridium;
- Realizar modificações genéticas em vias relacionadas com o metabolismo de moléculas adjacentes ao processo de fermentação, concentrando a conversão dos açúcares na produção de butanol;
- Aplicar estas ferramentas a modificação genética de diferentes bactérias deste gênero de modo a construir microrganismos mais bem adaptado às condições industriais brasileira, bem como às matérias-primas usuais (em especial a cana-de-açúcar);
Obviamente que, em termos específicos, os objetivos foram mais complexos e sujeitos às diversas etapas de experimentação em laboratório para modificação genética de bactérias e validação dos resultados.
Confira as etapas do projeto
Pedido de patente
Em 2017, assessorado pelo escritório Barbosa Müssnich Aragão (BMA), a equipe depositou seu primeiro pedido de patente visando proteger os métodos de modificação do genoma bacteriano. A patente denominada “Processo para Modificação de Bactérias, Vetor para Modificar Célula de Bactérias, Uso de Bactérias...” foi depositada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) sob o número BR 10 2017 017042 0.
Em 2019, o projeto recebeu o apoio do CPNq, por meio da concessão de 3 bolsas do Programa de Doutorado Acadêmico para a Inovação (DAI), que será coordenada pelo Professor Dr. Fernando Araripe Gonçalves Torres (UNB). O objetivo será avanças nos estudos de melhoramento genético de C. acetobutylicum e desenvolver melhorias e novas habilidades metabólicas em outras espécies como C. saccharobutylicum e C. tyrobutyricum, bem como avaliar a possibilidade de inserção das vias metabólicas produtoras de solventes em organismos aeróbicos como Zymmomonas mobilis.
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